
Imagem: Reprodução
Perdida. Foi só o que consegui responder mentalmente quando me foi perguntado como me sentia. Acho que minha cara denunciava o que eu queria esconder. Mas encontrei alguma energia e, em voz baixa, balbuciei algo como “tô bem”.
É esquisito esse negócio de amor, não? Uma hora a pessoa está ali e do nada passa a ser seu único desejo. O peito explode, as mãos ficam suadas, o estômago revira e tudo o que você mais quer na vida é tê-lo por perto. E aí, tão de repente como quando começou, o amor acaba para alguma das partes.
Como um sentimento tão forte morre? Não sei dizer, até porque o meu continua aqui e bem vivo. Não consigo entender o que passa na cabeça de alguém que diz que te ama e depois vai embora. Ei, você realmente tem noção do que é amor?
Você sabe o que é sentir como se tivesse achado aquilo que sempre quis? O amor não tem nada a ver com a forma com a qual você age. Sair dizendo “eu te amo” e jurando dar o mundo para qualquer uma não é sinônimo de amor, entendeu?
Como eu faço pra reorganizar as coisas aqui dentro agora? Queria um mapa de mim mesma para conseguir me achar no meio de tanta confusão. Não gosto do que estou sentindo e odeio ter que deixar de sentir o que gosto.
Sentei-me na janela do prédio de lado para a vista. Mesmo por trás das grades de proteção a cidade ainda era linda e as luzes do início de noite só tornavam o visual mais agradável.
Recostei a cabeça entre a janela e a grade e tentei simplesmente focar no anoitecer. Era parecido com o amor pelo qual eu sofria. Bonito e intenso, mas infelizmente passageiro.
Bruna Paiva
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