Depois de muito ouvir falar e esbarrar com seus livros em qualquer livraria que eu entrasse, finalmente tive contato com uma história da italiana Elena Ferrante. A escritora, que na verdade usa um pseudônimo e tem sua identidade desconhecida, vem sendo comentada há algum tempo por todo lado.
Ouvi seu nome em podcasts, no youtube, na faculdade… Gente falando muito bem, gente falando muito mal… O fato é que, desde o ano passado, é impossível entrar numa livraria sem avistar algum exemplar da italiana em destaque. Optei por um livro solo e pequeno em vez de me jogar de primeira na série napolitana, que tem mais de 4 livros, todos enormes. Meu escolhido foi “A filha perdida”.
Não sabia bem o que esperar quando comecei o livro, confesso. Apenas permiti ser levada pela narração de Leda, a protagonista. O que encontrei foi um livro denso e, de certa forma, pesado. “A filha perdida” é um livro lento, o que não o torna chato. Pelo contrário, a história é interessante e a forma íntima como é contada apenas aumenta a imersão de quem lê.
Leda é uma mulher de meia idade. Depois que suas duas filhas, já adultas, se mudam para o Canadá, para estudar e passam a morar com o pai, a mãe tira férias e viaja para uma casa na praia. Na cidade em que visita, começa a observar uma grande família napolitana. E é aí que começa o interessante da narrativa. O livro não tem muita ação. É um grande fluxo de consciência, na verdade. Mas é a partir da observação alheia que Leda começa a observar a si mesma e suas memórias.
A maternidade é uma questão central durante toda a história. Leda rememora sua trajetória conturbada na criação das duas filhas ao prestar atenção em Nina e sua pequena filha Elena. A autora aborda questões da maternidade sem a fantasia utópica de mundo maravilhoso construída socialmente. “Uma mãe não é nada além de uma filha que brinca.” ela diz em determinado momento do livro. Ela traz à tona dilemas como a divisão da vida de uma mulher entre sonhos, realizações pessoais e a criação das filhas. O julgamento das pessoas em determinadas situações, a família que insiste em se meter e dizer “o que é melhor” para a criança.
Ela fala de tudo isso de modo sensível e ao mesmo tempo muito denso e complexo. Uma literatura intimista que revela uma personagem bastante humana e que se aproxima de quem está lendo pela sinceridade. Ela não tenta mascarar seus erros e suas escolhas. Apenas conta, sem esperar, mas também sem se importar com possíveis julgamentos.
É um livro que coloca a gente para pensar. E um livro que me deixou ainda mais curiosa para conhecer outros trabalhos da mesma autora.
Bruna Paiva
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Eu conheci Elena Ferrante pela saga “A Amiga Genial” que terminei hoje – adorei! Fui logo teclar sobre isso para o meu blog. A minha pena agora é descobrir mais livros dela, agora com o teu artigo fiquei curiosa e parece-me que “A Filha Perdida” é uma boa continuação. Por acaso o título desse tem tudo a ver com a temática do quarto volume da saga “A Amiga Genial”, lol. Já vi que Ferrante tem muito a dizer sobre maternidade!
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Ah, que bom que veio parar aqui! Obrigada pelo comentário! Eu gostei bastante de A Filha Perdida e pretendo ler “A amiga genial” também!
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De nada 🙂 Sim, apesar de eu não conhecer mais nada da Elena Ferrante, tenho a certeza que gostarás muito de “A Amiga Genial”. É uma saga fácil de ler mas muito rica! Apaixonei-me pelos livros, agora só quero é ver a adaptação televisiva!
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